Beneficência Portuguesa vai capacitar 40 mil profissionais da saúde pública para o tratamento de mulheres com endometriose

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O Sistema Único de Saúde (SUS) amplia o acesso a tratamento e atendimento a mulheres com endometriose, a BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo vai capacitar 40 mil profissionais da saúde pública de unidades de saúde e 5 centros especializados em todo o país até o final de 2023. A iniciativa é realizada no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), em parceria com o Ministério da Saúde, e prevê o atendimento de 100 pacientes SUS nas estruturas da BP, uma das seis instituições de excelência que compõem o programa, além das que serão atendidas nos centros contemplados.

Causada por uma inflamação fora do normal de células do endométrio (tecido que reveste as paredes internas do útero, onde o óvulo se fixa quando fecundado para que o feto se desenvolva), que leva esse tecido a crescer para fora do útero, a doença leva a dores incapacitantes, que podem se intensificar ao evacuar, ao urinar e durante relações sexuais – uma de suas principais complicações é a infertilidade. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que atua como escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, a maioria das mulheres não é diagnosticada, visto que não existe um teste único para avaliação, podendo levar anos para descobrir as causas dos sintomas.

Para apoiar o SUS na oferta de atendimento de qualidade desde a atenção primária à especializada, a iniciativa vai capacitar agentes comunitários de saúde, enfermeiros e médicos da atenção básica para a educação, diagnóstico e tratamento clínico da doença, enquanto profissionais de cinco centros de referência no Brasil serão capacitados para detecção via ultrassom, adequado diagnóstico para indicação cirúrgica apenas quando necessário, manejo cirúrgico via videolaparoscopia, e cuidados de enfermagem.

A capacitação inclui, ainda, radiologistas dos centros para a realização do diagnóstico da endometriose através do uso de ultrassonografia; equipes de cirurgiões para o tratamento da endometriose por videolaparoscopia; enfermeiros para as atividades de apoio pré, intra e pós-cirúrgicas de pacientes com indicação para o tratamento cirúrgico; além de disponibilizar mecanismos de apoio à distância aos profissionais dos centros selecionados. Os cirurgiões passarão por tutoria presencialmente, que acarretará atendimento de 100 pacientes SUS na BP, em São Paulo. O hospital também participará do atendimento de outras mulheres, visto que fará visitas de tutorias cirúrgicas em cada região participante. A previsão é de iniciar os tratamentos em outubro deste ano.

Sobre o PROADI-SUS

O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, PROADI-SUS, foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde. Hoje, o programa reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. Os recursos do PROADI-SUS advém da imunidade fiscal dos hospitais participantes. Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem necessidades do SUS. Entre os principais benefícios do PROADI-SUS, destacam-se a redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil. Para mais informações sobre o Programa e projetos vigentes no atual triênio, acesse o portal PROADI-SUS.

FGM com informações da BP