Em Webconferência com o governo estadual, FGM ressalta o trabalho dos Prefeitos Goianos no combate a Covid 19

A Federação Goiana de Municípios participou na manhã desta quinta-feira, de uma reunião, por meio de videoconferência com o Governador do Estado, Ronaldo Caiado e representantes dos Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios; Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa do Estado de Goiás e Deputados Federais e Estaduais e diversos Prefeitos (as). Na oportunidade todos os poderes debaterão mais ações em combate ao Covid 19.
Na reunião pesquisadores da UFG que integram o grupo de modelagem da expansão espaço-temporal da Covid-19 em Goiás apresentaram as projeções de demandas hospitalares – leitos clínicos e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) – e também de números de óbitos para a segunda quinzena de julho caso o índice de isolamento social continue como está atualmente: abaixo dos 40% no Estado.
De acordo com a médica infectologista e epidemiologista Cristina Toscano, há três cenários possíveis: um azul, considerado o ideal, no qual o índice de isolamento social nos municípios voltaria a ficar entre 50 e 55% — como ocorreu durante no final de março até abril, quando estava em vigor o primeiro decreto do governo; um verde, na hipótese de o isolamento for de 38,29%; e um vermelho, baseado na projeção de isolamento abaixo de 37,91%.
De acordo com as análises apresentadas, a demanda de leitos clínicos tanto nos cenários verde quanto no vermelho seria maior que a quantidade existente em Goiás, considerando leitos públicos e privados. Nas duas hipóteses seriam necessários entre 3 e 5 mil leitos diários, números que cairiam para algo em torno de 300, se o isolamento social atingisse o cenário azul.
Já em relação à demanda por UTIs, a projeção para a segunda quinzena de julho, se mantida a taxa atual de isolamento que se encontra em 36%, prevê a necessidade de 1.257 leitos por dia, número também acima da capacidade do Estado. Com o isolamento social alcançando índices ideais, a projeção que é a demanda cairia para 75 leitos por dia.
As perspectivas de óbitos para o período também preocupam. Segundo a pesquisa da UFG, projeta-se em Goiás um total acumulado de óbitos por Covid-19 entre 387 e 530, no final de junho, e entre 634 e 839, no final de julho. Isso dentro do cenário azul, com índices altos de isolamento social. Nos piores cenários – verde e vermelho – as mortes de goianos pelo coronavírus poderiam chegar a quase 6 mil, exatos 5.938 vidas perdidas.
“Fica claro que precisamos atingir essa área entre a curva azul e a verde. Por isso, é importante retornar ao nível de isolamento desejável para se evitar essa situação de alta mortandade e uma demanda de leitos de UTI e leitos de saúde no Estado que não possam ser atendidas”, destacou Cristina Toscano. A pesquisadora goiana foi convidada pela Organização Mundial da Saúde para integrar uma equipe de trabalho focada no desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus.
Na avaliação do grupo de estudos da UFG, as medidas de distanciamento social adotadas pelo governo no início da crise funcionaram em Goiás, permitindo o achatamento da curva e o crescimento mais lento de casos e de mortes. “A situação que vivemos atualmente, uma das melhores entre os estados brasileiros, se deve a essas medidas que foram implementadas precocemente”, defendeu a docente, ao concluir que “o momento certo de fechar e o momento certo de abrir são pontos cruciais no manejo adequado de uma epidemia”.
Municípios
A reunião contou com a adesão de 90% dos prefeitos goianos que, representados pelo presidente da Federação Goiana dos Municípios, Haroldo Naves Soares, prefeito da cidade de Campos Verdes, também manifestaram apoio às decisões tomadas pelo governo no combate à pandemia. “Nós, prefeitos, queremos estar alinhados com o governo do Estado. O governo dá hoje aula a todo Brasil de como fazer o enfrentamento de maneira séria. Vamos seguir a orientação do governo do Estado e acompanhar o decreto do governador”, assegurou.
Para o governador Ronaldo Caiado, a continuidade do trabalho e a manutenção das medidas de isolamento são fundamentais neste momento. “Estamos abrindo os leitos que são possíveis, nós temos limitações orçamentárias e essas limitações vêm junto com um processo de demanda internacional e da dificuldade que os senhores prefeitos estão tendo para adquirir instrumentos”, pontuou.
O secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, afirmou que todas as decisões sobre a pandemia são focadas na manutenção da vida e que as prospecções foram muito bem alinhadas até agora. Para ele, não é o momento de municípios fazerem uma flexibilização irresponsável, sem considerar os estudos técnicos e científicos disponíveis. Ismael destacou ainda que o governo tem considerado outros aspectos além do isolamento social para tomar decisões. “O posicionamento da Secretaria de Estado da Saúde (SES) é a manutenção do isolamento social, das medidas de higiene e dos protocolos que estão publicados no decreto em vigor”, sublinhou.

Acesse o Estudo Completo da Universidade Federal de Goiás  aqui

 
Fonte: FGM, por Pedro Fellipe com dados da Secretaria de Comunicação