Saúde alerta sobre riscos de hepatites virais

Considerada pela Organização Mundial da Saúde como o maior problema global de saúde pública, as formas mais comuns de hepatites (vírus B e C) provocam, por ano, a morte de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas em todo o mundo.  Em Goiás, entre 2012 a 2016, foram notificados mais de 31 mil casos da doença. Pela importância, a Organização Mundial de Saúde instituiu o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites, no dia 28 de julho.
Conscientização pelo interior goiano
Além das ações desenvolvidas em Goiânia e Aparecida de Goiânia, diversos municípios desenvolverão ações pontuais para o controle das hepatites virais, oferecendo testagens, insumos de prevenção e vacina, que nos demais dias do ano podem ser encontrados nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA’s) distribuídos por todo estado de Goiás, além dos municípios que já oferecem a testagem rápida na atenção básica.
“O Dia Mundial de Hepatite é uma oportunidade para intensificarmos os esforços de implantação da primeira Estratégia Global do Setor da Saúde sobre a Hepatite Viral para 2016-2021”, diz o apoio técnico especializado em hepatites virais da SES-GO, Thiago Guida de Menezes​.
Durante a 69ª Assembleia Mundial da Saúde, realizada em 2016, foi aprovada a implantação da primeira Estratégia Global do Setor da Saúde sobre a hepatite viral. A nova estratégia introduz as primeiras metas globais para a hepatite viral, que incluem uma redução de 30% nos novos casos de hepatite B e C, e uma redução de 10% na mortalidade até 2020.
As abordagens principais serão expandir os programas de vacinação para a hepatite B, foco na prevenção da transmissão materno-infantil da hepatite B, melhorar a qualidade das injeções, segurança do sangue e segurança cirúrgica, serviço de “redução de danos” para as pessoas que injetam drogas e aumentar o acesso ao diagnóstico e tratamento para a hepatite B e C.
Doença e prevenção
Hepatite é um termo genérico que significa inflamação do fígado. Este agravo pode ser causado por medicamentos, doenças autoimunes, metabólicas e genéticas, álcool, substâncias tóxicas ou vírus. A doença é considerada, atualmente, o maior problema global de saúde pública e se não for adequadamente diagnosticada e tratada, inevitavelmente evoluirá para suas formas mais graves, podendo levar à insuficiência hepática aguda, cirrose, câncer do fígado e até mesmo à morte.
No Brasil, existem cinco principais tipos de hepatites virais (A, B, C, D e E) que se diferem também quanto sua forma de transmissão. As hepatites virais A e E são transmitidas por via fecal-oral e estão relacionadas às condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos.
As hepatites virais B e D são transmitidas, na maioria das vezes, por meio de relação sexual e do contato com fluídos de sangue contaminado, presentes em alicates, instrumentos cirúrgicos e odontológicos não esterilizados, em lâminas de barbear e outros produtos que contenham o material contaminado. Já a hepatite C está associada principalmente ao compartilhamento de seringas de drogas injetáveis, inaláveis ou pipadas (crack), e ao uso de material não esterilizado na realização de tatuagens, colocação de piercings, em procedimentos realizados em salões de beleza, podólogos e em consultórios médicos e odontológicos que não obedecem às normas de biossegurança.
Atualmente são disponibilizados para a população as vacinas que protegem contra a Hepatite A e Hepatite B. A vacina contra a Hepatite A foi introduzida no Calendário da Vacinação da criança e esta disponível em todas as salas de vacina da rede pública para crianças de 12 meses a menores de 4 anos (3 anos, 11 meses e 29 dias). Já a vacina contra a Hepatite B é ofertada nas salas de vacina dos centros de saúde para a população em geral independente de idade e condições de vulnerabilidade.
Números
Conforme os dados da Organização Mundial da Saúde, no mundo cerca de 257 milhões pessoas são portadores crônicos de Hepatite B e mais de 878 mil pessoas morrem anualmente por complicações relacionadas á este vírus, incluindo cirrose e câncer hepático. Quanto á hepatite C, a OMS aponta que aproximadamente 71 milhões pessoas são portadoras crônicas do vírus e que aproximadamente 399 mil pessoas morrem anualmente em decorrência das complicações relacionadas á ele.
No estado de Goiás, dos anos de ano 2012 a 2016, foram notificados 31.393 casos suspeitos de hepatites, sendo que 2.128 casos de hepatite B foram confirmados laboratorialmente e 1.429 casos confirmados de hepatite C. O coeficiente de incidência para hepatite B no estado de Goiás no ano de 2016 é de 6,64 casos de Hepatite B por 100 mil habitantes e de hepatite C é de 6,58 para cada 100 mil habitantes, no mesmo ano, segundo dados do boletim epidemiológico das hepatites virais do estado de Goiás.
Fonte: FGM com dados do Goiás Agora